quarta-feira, 14 de abril de 2010


O menino fazia aniversário. Após o tradicional “parabéns a você” e o

apagar de seis velinhas, a surpresa dos presentes. Pacotes de

todas as cores e tamanhos. O último a ser aberto parecia o melhor.

Era o de seu pai. Uma série de camadas de papel superpostas

escondia o presente. Era apenas um papel que dizia: Meu filho, este

ano lhe darei 365 horas do meu tempo, uma hora por dia. Esta hora,

em geral após o jantar, poderá ser diferente em dias especiais, e é inteiramente sua. Vamos aonde

você quiser, podemos brincar do que você quiser ou simplesmente ficar conversando sobre suas aulas,

seus amigos, suas descobertas e dúvidas.

O presente foi tão gostoso que teve que ser renovado nos anos seguintes. Foi o melhor presente de

minha vida, avaliou o filho, anos mais tarde. Não há dúvidas de que a autoridade paterna está em

declínio. Sua influência foi substituída pelos amigos, pela TV e até mesmo pelos colegas da mesma

idade.

O saudoso padre Eugéne Chaboneau escreveu um dia uma meditação para os pais:

- Só uma vez nosso filho terá três anos e estará doido para sentar em nosso colo.

- Só uma vez ele terá cinco anos e quererá brincar conosco.-

Só uma vez terá dez anos e desejará estar conosco, em nosso trabalho.

- Só uma vez será adolescente e verá em nós um amigo com quem conversar.

- Só uma vez estará na universidade e quererá trocar idéias conosco.Se perdermos essas oportunidades, perderemos nosso filho para sempre e ele não terá pai.

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